29/07/2009

Superando a dor de uma perda

Não sei, mas gostaria de saber. Só sei que a dor que sentimos quando perdemos alguém é a maior que podemos passar na vida. Não há nada mais doloroso que isso. Uma briga com o filho; uma discussão com o marido ou um desentendimento com o amigo são problemas superáveis. Dependem apenas de tempo ou coragem suficiente de todos para reverem seus pontos de vista.

Já a morte não espera e nem quer negociar. Não obedece ao tempo e muito menos à consciência humana. Aparece quando menos esperamos e derrota toda a nossa forças.
A morte entra de uma forma inesperada na vida. Corrói o coração de uma pessoa e estraçalha seus sonhos. Aniquila sua força para viver e parece que vai quebrá-la por inteiro e destruí-la. É uma dor que não some. Pelo contrário, consome cada momento bom da vida. Sem a menor piedade e muito menos sem pedir licença. Uma dor gigantesca. Indescritível em palavras.
A impossibilidade de se conversar com a pessoa que faleceu, ouvir sua voz, saber sua opinião ou tocá-la é devastadora para aquele que ficou. Uma foto, uma música, um aroma ou um objeto bastam para lembrar o ente querido.

A dor de sua ausência reaparece a cada instante e cada vez mais forte. É impossível parar essa dor. Ela sangra incessantemente dentro da pessoa. Questionamentos acerca do ocorrido aparecem e desolam familiares e amigos. A culpa também surge, pois é muito comum pensar que poderia ter sido feito mais para a pessoa viver. Portanto, é uma fase repleta de emoções tremendamente dolorosas sentidas cotidianamente. Em resumo. É uma dor maior que a própria pessoa e que parece que vai matá-la. O que de certa forma seria um alívio para esta nesse momento terrivelmente doloroso.
Mas isso não é possível de acontecer sem ser de forma trágica. A vida continua e só há uma forma de salvação que eu acredito que possa diminuir tamanha dor. É preciso lutar para que o coração não se empedre para receber o amor daqueles que ficaram.

A amargura provocada pela morte precisa ser superada, na medida do possível e aos poucos, pela alegria e doçura da vida. De nada adianta negar, fugir ou sufocar a dor. Só existe um caminho para superá-la. Enfrentá-la! Com muita perseverança e força. Caso contrário, o pior pode acontecer: Morrer em vida. Tornar-se uma pessoa extremamente amarga, dura, sem brilho nos olhos e sem a capacidade de aproveitar verdadeiramente os bons momentos que a vida ainda pode lhe proporcionar.
Com boas intenções é comum que familiares e amigos evitem ouvir a dor daquele que ficou, pois não suportam em si mesmos a dor da perda ou acreditam ingenuamente que ao conseguirem evitar a lembrança da perda também evitarão o impacto da dor. Assim, preferem não tocar no assunto ou, pior, forçar uma alegria falsa. Neste contexto, a solidão assola o coração daquele que ficou e torna cada vez mais insuportável e dolorosa a sua vida.

Acredito que somente em Deus podemos superar a dor da perda, só assim podemos viver melhor. Mais livres. Passamos a perceber como são preciosos cada momento que desfrutamos com as pessoas que são importantes em nossas vidas. Passamos a não gastar mais energia com discussões irrelevantes. Desenvolve plena e total consciência de que a vida é valiosa demais para dar atenção para esses pormenores.
Portanto, não esperem que alguém querido morra para conseguirem dar valor para sua vida ou das pessoas que você ama. Viva bem a sua vida! Agora! Coragem! Mostre o seu amor a quem ama. Beije-os e abrace-os! Nada é mais prazeroso na vida do que isso.

"Por isso ao meu PAI dediquei meu amor, meu carinho meu tempo, para que agora mesmo sem sua poresença tenho gravado em minha memória tudo que ele fez por nós seus filhos e netos, sabendo que agora ele esta bem melhor que antes".


Luciano Gonçalves meu PAI ( In memória)

Um comentário:

  1. A vida é uma caixinha des surpresas, e muitas das vezes não são tão boas como imaginamos.

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